sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um livro recém terminado. (22/03/2013)


Eu sou do tipo daquelas pessoas que é fisgada pelo livro assim que começa lê-lo. A vontade de terminá-lo e ao mesmo tempo não terminá-lo é tão grande. Minha sede de descobrir o final da história é grande, mas principalmente meu medo de acabar aquele livro, de acabar aquela história é maior ainda. Muito maior.

Sempre fui puxada em direções há marés de livros e mais mares de livros. E os livros que sempre roubaram eternamente minhas palavras, foram os que tiveram algum envolvimento com a guerra. Histórias verdadeiras, estórias inventadas; não importa. O que importa é que eu sempre fui magneticamente atraída por eles. E cada um rouba um pedacinho de mim, cada um me faz sofrer, com toda aquela dor causada pelo homem das palavras "Heil Hitler". Um homem de bigodes bem aparados, um quadrado acima do lábio superior, olhos julgadores, atentos, maldosos; cabelos divididos ao meio; um grande palavreador; com um enorme ódio por pessoas inocentes. Pessoas essas incapazes de lutar pela sua própria sobrevivência.

Eu sou a menina que senta em um canto qualquer e se transporta para a Segunda Guerra Mundial. Que se transporta sob a visão de judeus sofredores, ou Alemãs bons o suficientes para ajudar um judeu inocente. Sou eu a garota que já se encontrou diversas vezes com a morte pelas palavras. Sou eu a garota, que viu através de olhos judeus dor, sofrimento, angústia, humilhação. Essa garota sou eu, há que é magneticamente puxada pelas palavras através de um outro mundo, de muitos anos atrás.

Quem eu sou verdadeiramente eu não sei dizer, pois, Zlata me roubou; Anne Frank me roubou; Janina Bauman me roubou; Mary Berg me roubou; Bruno me roubou e por último Liesel Meminger.
Cada uma dessas pessoas, sendo verdadeiras ou não, levaram um pouco de mim, junto com eles. Cada um deles me fez pensar em toda a dor, ódio e sofrimento acumulados em um lugar só. Cada um deles me fez pensar no sufocamento imposto pelo contador de palavras.

E o contador de palavras morreu, pois de tantas vitórias e palavras ditas e escutadas, ele perdeu, ele perdeu finalmente perdeu. Morreu com os olhos abertos a boca tentando pronunciar só mais uma última palavra. Sofrendo todas as dores, que aquele povo sofreu.

A Alemanha não é culpada por começar a guerra, mais foi culpada por escutar as palavras do homem errado.

PS: Texto escrito em uma hora de completo devaneio literário, o livro acabou não sabia mais quem eu era.

2 comentários:

  1. Esse livro também foi um baque pra mim. É aquele tipo de leitura que, não importa o quanto a gente leia, nunca vai ficar repetitivo. Toda a vez que pego nesse livro encontro uma outra interpretação para ele.
    Amei essa segunda foto! Ah, vou responder a sua tag sim, não esqueci dela...
    Estou adorando o seu blog, cada vez melhor! Passo por aqui quase sempre, mas geralmente não comento por falta de tempo :/
    Beijos!

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    1. Livros assim me fazem apaixonar, porque realmente são verdadeiras pérolas de ouro. Ah que bom que você está gostando do meu blog, fico feliz por isso. =) Leitores assim sempre são raros, é mesmo uma pena você não comentar, mais o que vale é que você passa ainda aqui para ler meus posts, muito obrigado. Beijos.

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